domingo, 17 de junho de 2012

Rio+20 abre os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável com debate sobre Desemprego, Trabalho Decente e Imigrações

CNO Rio+20

Público e debatedores aprovaram três recomendações para os Chefes de Estado 




Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - idealizador da Rio+20


Os debates dos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável começaram neste sábado, dia 16, com a participação de dez debatedores de diferentes partes do mundo. Eles apresentaram suas avaliações sobre o tema Desemprego, Trabalho Decente e Imigrações. O evento foi aberto pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, que ressaltou a importância da participação da sociedade civil no evento.

“Esta é uma ponte entre a sociedade civil e os governos na Rio+20. Queremos fazer deste evento o mais aberto e democrático possível. Assinalo a diversidade que temos entre os nossos participantes e todo o público”, afirmou o Ministro.

A coordenadora-executiva da ONU para a Rio+20, Elizabeth Thompson, destacou a importância da iniciativa brasileira em propor uma nova forma de debate e diálogo com a sociedade civil. “Esta Conferência é a oportunidade de criarmos uma nova plataforma para as discussões do desenvolvimento sustentável”, disse Elizabeth.

A base dos debates foram os 10 principais pontos apresentados pela sociedade civil na plataforma online disponibilizada pelo governo brasileiro e que recebeu sugestões de milhares de pessoas. Após as apresentações, o público e os participantes da mesa decidiram por voto as três recomendações que farão parte do documento a ser entregue aos Chefes de Estado que virão ao evento a partir do dia 20 de junho.

As recomendações mais votadas tratam do direito à educação como ferramenta para o trabalho, o fortalecimento da classe trabalhadora, renda básica e proteção social e mudanças de paradigma para a imigração no mundo.

O secretário-geral das Conferências de Estocolmo e do Rio de Janeiro, Maurice Strong, propôs a criação de um novo paradigma no que diz respeito à divisão do capital. “A economia do conhecimento não terá emprego para todos. Vivemos uma revolução e precisamos de um novo modelo econômico, uma reforma sobre como os recursos serão disponibilizado para todos”, afirmou Strong.

Com apoio dos outros palestrantes e do público, a partir da sua apresentação, foi acrescentado às recomendações aos Chefes de Estado o fortalecimento da classe trabalhadora, renda básica e proteção social.

O papel do setor privado no desenvolvimento sustentável foi destacado pelo presidente do Conselho de Desenvolvimento Sustentável, Peter Bakker, e pela presidente do Conselho Competitivo, Deborah Wince-Smith. Bakker lembrou que é preciso reforçar o papel do mundo empresarial para desenvolvimento inclusivo. Para Deborah, as empresas devem colaborar para inovação e desenvolvimento de uma nova economia em parceria com os governos.

A secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, Sharan Burrow,  destacou a desigualdade dos direitos dos trabalhadores em todo o mundo. Segundo ela, 75% da população não tem proteção social. “Países ricos e pobres convivem com a informalidade e negam direitos aos trabalhadores. Exclusão, desemprego e desigualdade é o que o mundo oferece hoje. Precisamos decidir o que queremos para o mundo”.

A falta de direito dos trabalhadores também foi enfatizada pelo professor da Universidade de Pequim Lu Hulin. “Há uma relação entre o desemprego no Ocidente e a falta de direito dos trabalhadores chineses. Na China, não há proteção à mão de obra. A proteção dos trabalhadores deve ser discutida em todo o mundo”.

A apresentação da brasileira Carmen Helena Foro, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, também tratou da proteção social. “Entendemos que o tema da proteção social é o mais estratégico para qualquer mudança”, disse Carmem Helena.

A educação como instrumento para garantir a democracia e a luta por direitos trabalhistas foi destacada pelo professor da Universidade do Texas, James Galbraith. “O direito a salário e aposentadoria está sendo perdido em alguns lugares do mundo. Precisamos olhar por isso”, disse Galbraith.

A fundadora do Vozes das Mães da África, Nana Randall, enfatizou que todos os países desenvolvidos e em desenvolvimento estão sofrendo as dores do desemprego. “Estou aqui, hoje, implorando aos nossos líderes para que olhem para a juventude de hoje e criem empregos, fornecendo educação para que eles tenham uma vida melhor. Não podemos usar os nossos recursos em compra de armamento para matarmos uns aos outros”, disse Nana.

Os jovens foram representados pelo presidente da União Nacional dos Estudantes do Brasil (UNE), Daniel Iliescu, e pela coordenadora do Youth Caucus, Ivana Savich. Eles destacaram que os jovens devem ser tratados em uma estratégia mais ampla com metas para o desenvolvimento sustentável e criação de empregos, que permitam a erradicação da pobreza.

Fonte:

Blog rafelrag
Ciências e educação

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