segunda-feira, 20 de abril de 2015

Estudante que foi educada em casa gera briga jurídica

Ela passou no Enem e está estudando jornalismo graças a uma liminar, mas MEC vai recorrer alegando que é preciso certificado regular do ensino médio.

O Ministério da Educação vai entrar com recurso para impedir que uma adolescente se matricule na faculdade. Lorena Dias saiu da escola quando tinha 13 anos e passou a estudar em casa com os pais. Ano passado, aos 16 anos, ela fez o Enem e teve nota suficiente para cursar jornalismo numa faculdade particular de Brasília. O MEC não permite que o desempenho na prova seja utilizado como certificado do ensino médio. A família conseguiu uma decisão da Justiça, inédita, garantindo a matrícula. Lorena começou a frenquentar as aulas na faculdade em março.

O irmão mais jovem da estudante também foi retirado da escola. O pai dela, Ricardo Dias, diz tomou a decisão porque a filha sofria bullying e eles temiam pela violência.

Cerca de duas mil famílias em todo o país educam os filhos em casa. Entre os motivos está uma possível doutrinação ideológica das escolas, a violência e as drogas. A maioria dessas famílias vive nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os dados são da Associação Nacional de Educação Domiciliar. A entidade diz que isso não é uma tendência e depende da disponibilidade de tempo, estrutura familiar e do nível de escolaridade dos pais. O diretor jurídico da associação, Alexandre Magno, defende uma regulamentação do tema

Já o professor da faculdade de educação da Universidade de Brasília, Remi Castione, avalia que na educação domiciliar prejudica a socialização do estudante.

Na Justiça, o INEP vai alegar que apenas segue as normas do edital do Enem - que respeita as resoluções do Conselho Nacional de Educação.

Lorena Dias ao lado dos pais e do irmão mais novo: estudante luta na Justiça pelo direito de seguir na faculdade
(Crédito: arquivo pessoal)
Blog rafaelrag com CBN

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